Enquanto isso na Argentina: Recuo de 1,8% da economia no primeiro ano de governo Milei

Em dezembro de 2023, Javier Milei assumiu a presidência da Argentina com a promessa de implementar reformas econômicas radicais para reverter a crise que assolava o país. Ao completar seu primeiro ano de mandato, é possível avaliar os impactos dessas medidas em diferentes aspectos da economia e da sociedade argentina.

Fonte: Jovem Pan


Desempenho Econômico e Ajuste Fiscal

Durante 2024, a economia argentina registrou uma contração de 1,8%, desempenho melhor do que as previsões iniciais do Fundo Monetário Internacional (FMI), que estimavam uma queda de 2,8%. Esse resultado está diretamente relacionado ao rigoroso ajuste fiscal promovido pelo governo, que reduziu os gastos estatais em 27% ao longo do ano. Apesar da retração anual, dezembro de 2024 apresentou sinais de recuperação, com um crescimento de 5,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior e de 0,5% em comparação a novembro.


Controle da Inflação

Um dos principais desafios enfrentados pelo governo Milei foi o combate à inflação galopante. Ao final de 2024, a taxa anual de inflação atingiu 118%, representando uma redução significativa em comparação aos 211,4% registrados no ano anterior. Essa diminuição é atribuída às políticas de austeridade e ao controle rigoroso da base monetária implementados pelo governo. Para 2025, projeta-se uma inflação anual em torno de 25%, a menor em oito anos.


Reformas Estruturais e Redução do Estado

Fiel às suas promessas de campanha, Milei iniciou uma série de reformas estruturais com o objetivo de enxugar a máquina pública e estimular a economia de mercado. Entre as medidas adotadas estão a extinção de dez ministérios, a eliminação de mais de 100 secretarias e a demissão de 34 mil funcionários públicos. Além disso, o presidente anunciou planos para fechar o Banco Central e permitir o uso de moedas estrangeiras nas transações domésticas. Essas ações visam reduzir a intervenção estatal na economia e promover maior liberdade econômica.


Impactos Sociais e Desafios Futuros

Embora as medidas econômicas tenham resultado em indicadores positivos, como a redução da inflação e o fortalecimento do peso argentino, elas também acarretaram desafios sociais significativos. O aumento do desemprego e da pobreza são consequências diretas das políticas de austeridade e dos cortes nos gastos públicos. Atualmente, 52% da população argentina vivem abaixo da linha da pobreza. A popularidade de Milei permanece estável, refletindo o apoio de uma parcela da população às reformas implementadas, apesar dos sacrifícios impostos.


Conclusão

O primeiro ano do governo de Javier Milei foi marcado por reformas econômicas profundas e controversas, que buscaram estabilizar a economia argentina e promover um ambiente mais favorável ao mercado. Embora tenham sido alcançados avanços significativos no controle da inflação e na redução do déficit fiscal, os custos sociais dessas políticas representam desafios que o govern precisará enfrentar nos próximos anos para garantir um crescimento econômico sustentável e inclusivo.

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