Nota de crédito dos EUA cai e movimenta o mercado global

Em maio de 2025, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota de crédito dos Estados Unidos de “AAA” para “Aa1”, retirando o país do seleto grupo com grau máximo de investimento. Com isso, os EUA perderam a classificação “AAA” nas três principais agências de rating: S&P (desde 2011), Fitch (2023) e agora Moody’s.

Fonte: CNN Brasil


Principais motivos do rebaixamento

1. Crescimento acelerado da dívida pública

A dívida nacional dos EUA atingiu US$ 36,22 trilhões em 2025, um aumento significativo em relação aos US$ 28 trilhões de 2019. Esse crescimento é atribuído a desequilíbrios fiscais de longo prazo e aos aumentos durante a recessão de 2008 e a pandemia de COVID-19.


2. Déficits fiscais persistentes

A Moody’s projeta que o déficit orçamentário dos EUA aumentará para quase 9% do PIB até 2035, em comparação com 6,4% atualmente. Esse aumento é impulsionado por gastos obrigatórios crescentes e receitas estagnadas, exacerbadas por cortes de impostos implementados anteriormente.


3. Aumento dos custos com juros

Com as taxas de juros elevadas, os pagamentos de juros sobre a dívida estão projetados para consumir 30% da receita federal até 2035, em comparação com 18% em 2024.


4. Falta de consenso político para reformas fiscais

A Moody’s destacou a incapacidade das administrações e do Congresso dos EUA em implementar medidas eficazes para reverter a tendência de grandes déficits fiscais anuais e custos crescentes de juros.


Impactos no mercado financeiro

O rebaixamento levou a um aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, com a taxa de 30 anos ultrapassando 5%, o que não ocorria desde outubro de 2023. Isso reflete a crescente preocupação dos investidores com a sustentabilidade fiscal do país.


Visão dos especialistas para o futuro

Analistas alertam que, sem uma disciplina fiscal mais rigorosa ou alívio nos custos de empréstimos, os rendimentos dos títulos podem continuar subindo, potencialmente alcançando 5% nos títulos de 10 anos. Isso pode desencadear uma reprecificação mais ampla em várias classes de ativos.

Apesar do rebaixamento, a Moody’s manteve a perspectiva dos EUA como "estável", citando a resiliência econômica do país e o papel do dólar como moeda de reserva global.


Conclusão

O rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s destaca os desafios fiscais enfrentados pelo país, incluindo o aumento da dívida, déficits persistentes e custos crescentes com juros. Embora o impacto imediato nos mercados tenha sido limitado, a medida serve como um alerta sobre a necessidade de reformas fiscais para garantir a sustentabilidade econômica a longo prazo.

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