Selic a 15%: Por Que os Juros Subiram e o Que Esperar para 2025 e 2026
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, em sua reunião de junho de 2025, elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, levando os juros básicos da economia para 15% ao ano, o maior patamar desde 2016. Além disso, o BC sinalizou que este é, por ora, o fim do atual ciclo de alta. A decisão surpreendeu parte do mercado e gerou muitos questionamentos: Por que subir mais uma vez? E o que isso significa para o futuro da economia brasileira?
Neste artigo, vamos destrinchar os principais motivos da nova alta da Selic e o que especialistas projetam para o restante de 2025 e 2026.
🔍 Por Que a Selic Subiu Para 15%?
1. Inflação Persistente Acima da Meta
Apesar dos esforços anteriores, a inflação no Brasil segue teimosa. O IPCA acumulado dos últimos 12 meses ainda roda acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Pressões em alimentos, energia e serviços — que mostram resistência à desaceleração — foram determinantes.
2. Desancoragem das Expectativas
O Banco Central observou uma piora nas expectativas de inflação para 2025 e 2026. Isso significa que agentes econômicos (como bancos, investidores e empresas) já não acreditam tanto que a inflação vá convergir para a meta nos próximos anos. Essa percepção obriga o BC a agir de forma preventiva.
3. Cenário Fiscal Incerto
As dificuldades do governo federal em cumprir metas fiscais, especialmente em relação ao arcabouço fiscal, geraram dúvidas sobre o controle da dívida pública. Isso aumentou a percepção de risco na economia, o que pressiona o câmbio, a inflação e, consequentemente, os juros.
4. Pressões Externas
O ambiente internacional também não ajuda. Juros ainda elevados nos Estados Unidos e incertezas em relação à economia chinesa pressionam moedas emergentes, como o real, e aumentam os custos de financiamento global.
📈 E Agora? O Que Esperar Para o Futuro da Selic?
Apesar da nova alta, o Copom sinalizou claramente que interrompe o ciclo de elevações por ora. Na ata da reunião, os diretores do BC indicaram que manterão a taxa em 15% enquanto monitoram a evolução da inflação e das expectativas.
🔮 Projeções para o Segundo Semestre de 2025
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A maior parte dos economistas acredita que a Selic deve permanecer em 15% até, pelo menos, o final de 2025.
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Se houver sinais concretos de desaceleração da inflação e melhora na situação fiscal, um ciclo de queda pode começar no fim do ano, mas essa não é a aposta principal no momento.
📆 O Que Esperar Para 2026?
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O mercado trabalha com a expectativa de que, ao longo de 2026, a Selic comece um processo gradual de redução, podendo terminar o ano entre 11% e 12% ao ano, caso a inflação convirja para a meta.
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Contudo, tudo dependerá de dois fatores-chave:
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Compromisso do governo com o equilíbrio fiscal
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Cenário externo mais benigno, com possível queda dos juros nos EUA e estabilização dos mercados globais.
🚦 Sinal de Alerta Para a Economia
O patamar atual da Selic traz consequências diretas para a economia real. Juros altos significam:
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Crédito mais caro
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Desaceleração do consumo
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Pressão sobre investimentos produtivos
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E, claro, dificuldade para a retomada do crescimento
Por outro lado, o Banco Central defende que esse aperto monetário é necessário para evitar que a inflação fuja do controle e prejudique, sobretudo, as camadas mais vulneráveis da população.
📝 Conclusão
A elevação da Selic para 15% reflete um esforço do Banco Central para restabelecer a credibilidade da política monetária, conter a inflação e reancorar as expectativas. O recado é claro: o combate à inflação segue como prioridade, mesmo que isso custe uma desaceleração mais forte da economia no curto prazo.
Se o governo conseguir entregar um fiscal mais robusto e o cenário externo colaborar, 2026 pode ser um ano de alívio. Até lá, porém, os ventos seguem desafiadores.
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